Sempre tive uma atração por essa imagem, entendia ser uma forma de proteção mas a definição é algo muito complexo pela beleza do significado então vai lá:
Diz o folclore e a tradição popular japonesa num axioma pictórico que os três macacos sábios simbolizam o trocadilho japonês “não ouça o mal, não fale o mal e não veja o mal”. As suas origens podem remontar ao século XVII no Japão, onde uma ilustração dos três macacos pode ser vista cravada na porta do Estábulo Sagrado, localizado no Santuário Toshogu, na cidade de Nikko, Japão.
No entanto a expressão na sua origem pode ser ainda mais antiga, remontando ao século VIII na China, nos Analectos de Confúcio é possível ler a seguinte frase “Não olhes para o que for contrário à propriedade, não oiças o que for contrário à propriedade, não fales o que for contrário à propriedade, não faças qualquer movimento que seja contrário à propriedade”. É possível que esta frase tenha dado origem à dos três macacos sábios mais tarde no Japão.
No entanto a existência dos macacos toda ela pode estar relacionada de forma directa com a expressão Japonesa devido a jogos de palavras. A palavra macaco em kanji é saru (猿), esta tem o mesmo som da arcaica terminação verbal zaru (し猿), que significa a negação, ou “não fazer”. Portanto da frase “não vejas, não fales, não digas” poderão ter surgido os macacos, resultado de um jogo de palavras.
Relativamente aos nomes Ingleses conhecidos Mizaru, Mikazaru, e Mazaru não é claro a como os últimos dois nomes surgiram do nome Japonês. No entanto eles são conhecidos ainda assim como Mizaru (o que cobre os olhos), Kikazaru (o que tapa os ouvidos) e Iwazaru (o que tapa a boca).
Os três macacos sábios são um símbolo de uma antiga religião folclórica Japonesa chamada Kõshin com origens no Taoismo e influências do Shinto. A forma como os três macacos tornaram-se parte da tradição Kõshin não é bem clara, mas hoje em dia assume-se que os macacos estavam relacionados com Sanshi e Ten-Tei, permitindo que estes não ouvissem, vissem ou dissessem as más acções das pessoas.
Os Sanshi são os vermes que habitam no interior de todos os Homens e eles guardavam um registo de todas as boas e más acções que essa pessoa fazia na sua vida. A cada 60 anos, numa noite chamada de Kõshin-Machi, se a pessoa dormisse os Sanshis sairiam do corpo da pessoa para ir até Ten-Tei o deus celestial, para reportar das acções da pessoa. Ten-Tei decidiria então punir as más pessoas, encurtando o seu tempo de vida, dando-lhe doenças ou nos casos mais extremos reclamando a vida dessa pessoa.
Assim como existe incerteza rodeando as origens do provérbio, também o seu significado está envolto em discussão e existem várias interpretações para o mesmo.
No Japão o provérbio é encarado como um Regra Dourada.
Alguns apenas retiram dele um ensinamento para não se meterem e não falarem dos assuntos alheios.
Outra interpretação surge do Budismo, onde os três macacos são relacionados com a ideia de que se não virmos, falarmos ou ouvirmos nenhum mal então seremos poupados de qualquer mal.
Existem os que acreditam ainda que alguém que não seja exposto ao mal por meio da visão, audição e fala também será incapaz de praticar esse mesmo mal nas suas acções.
Hoje em dia no entanto a forma mais comum de referência aos três macacos reflecte a ideia de não querer ver, ouvir ou falar o mal olhando para o outro lado (“fazendo vista grossa”), a uma situação em que estão envolvidos.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tr%C3%AAs_Macacos_S%C3%A1bios
http://en.wikipedia.org/wiki/Three_wise_monkeys
http://en.wikipedia.org/wiki/Kanji
http://en.wikipedia.org/wiki/Koshin-do
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